:: Obrigado por suportar-me para conseguires me amar::


Despertas em mim o que há de bom e o ruim, mesmo sendo eu um péssimo representante da espécie. Palavras que já não cabem mais na boca, vomito-as pela sua morosidade e empurro-as para debaixo do tapete.

Ninguém quer ler lixos e todos preocupam-se demais com seus próprios imundos umbigos antes de desejar o bem à alguém. Debaixo do tapete ninguém olha, ninguém vê. Só nós dois sabemos o que está lá, pois fomos nós que colocamos durante todos os anos que estamos juntos.

Sou em tí, és em mim e ninguém é por nós. Destroça-me com uma lágrima, junta-me com teus abraços. Apesar de nunca mais voltar ao que era, aprendi com meus cacos e tornei-me forte. Não melhor, mas forte.

Na próxima gota dos teus olhos não me despedaçarei tão facilmente, mas a cada vez que conseguires me destruir, juntar os farelos de uma vida torna-se mais difícil do que colar os cacos de um reles coração partido. Mas você tem este incrível dom de me re-juntar.

Lhe comprei presentes novos, mas estes estão guardados. Serão teus assim que você chegar. Gastei tudo em fantasia, em versos, prosas e bebidas destiladas para ajudar a suportar a falta que você me faz quando não estamos perto.

E você não vem. Demora e nunca vem. Faz firula e nunca chega. Meus soluços ecoam na avenida e você não me escuta (ou finge não escutar). Desistir dos teus encantos não é algo que cogito e por mais que me canse, desistir de tudo o que já vivemos, construimos, sonhamos, enlouquecemos e planejamos não é uma opção. Nunca foi!

Sofro de verborragia. O ato de vomitar coisas sem sentidos, mas com alguma destreza em amarrá-las a algo pseudo-concreto no final. É como aquela âncora que você amarra no pescoço com uma liga elástica e lança ao mar. Definitivamente não é suicídio e não passa de uma imbecil depressão juvenil. E você nunca caiu na minha. Não é como estes tolos que me acompanham e acreditam que a minha ou a nossa fantasia é bela e doce como o fel que nunca pretendemos beber. Entre quatro paredes somos só você, eu e ninguém mais! É lá que você me entende, me completa, me acalenta, me sorri e faz delirar.

Encontrei em amigos a essência perdida dentre meus vinte e poucos anos de vida e a moralidade que os trinta me aguardam. Foi assim que ví a vida de uma maneira ligeiramente mais agradável, mas a verdadeira felicidade somente encontrei em teus lábios, abraços e sorrisos. Você foi capaz de produzir dois pequenos anjos que todas as noites, em seus berros, escândalos e brincadeiras me lembram de que a minha vida só se fez completa e tomou definitivo sentido por tua causa. Agradeço-lhe por isso.

Agradeço ainda a Deus por tua vida e paciência em me suportar por todos estes poucos anos de convivência matrimonial. Só nós sabemos a barra que vivemos. O importante é que estes cinco anos que se passaram não são nada perto das dores de cabeça, provovações, tormentas, atormentações, desejos, discussões, sexos, amores e paixões que viveremos em nosso mundinho particular. E eu sempre quero estar lá.

Derreto-me em palavras, mas só em tí me transformo em poesia.

Obrigado Carol, por me suportar nestas nossas bodas de madeira.
Te amo!

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