"The elimination of the insignificant" de Frank Lloyd Wright
Não vou pedir que vocês conheçam Shinya Kimura. Até a pouco, eu mesmo nunca tinha sequer ouvido falar neste nome. Após uma boa pesquisa e tentar decifrar algumas coisas em japonês (é mamíferos, acham que redigir blog é moleza?), creio que consegui reunir algumas coisas bacanas sobre este mestre-artesão.
Shinya Kimura começou em 1992 a desenvolver sua arte nas motocicletas em que punha a mão em sua oficina de nome Chabo (Galo Garnizé), ainda no Japão. Um ano mais tarde nascia alí o Zero Style (estilo zero), onde todo e qualquer acessório além do básico é dispensável. Em 1993 a Chabo mudaria de nome para Zero Engeneering para atender melhor o mercado e seus clientes, uma vez que este estilo dominaria boa parte de sua história. Não existe uma motocicleta que ele não consiga transformar, mas as clássicas são notavelmente suas preferidas. MV Augusta, Harleys, Indians... todas fazem parte do coração de Shinya, mas são as Harleys que brilham aos olhos, isto é inegável.
Seria simples colocar em algumas palavras que o cara é um verdadeiro escultor de motocicletas, mas seria injusto. A verdade é que a dedicação, suor e trabalho de Shinya vão além daquilo que é visto em meras motocicletas personalizadas sob encomenda. Pelo pouco que consegui entender, seu fascínio vai muito além do lucro mercantilista/capitalista que tem girado o mundo ao longo dos anos, apesar de ter aberto em Las Vegas/Nevada uma filial da Zero Engeneering em 2002.
"Para mim, uma motocicleta é mais do que arte. É algo que meche com meus instintos de selvageria e vulnerabilidade em mim", diz ele. Moldando aço, plástico e borracha para que tomem as formas perfeitas, ele se empenha em cada trabalho como se fosse o último, tornando-o único, simples e objetivo. Seus traços simples e fluidos transformam materiais brutos em verdadeiras obras dignas de um artista. O quadro tipo "pescoço de cisne" e o garfo do tipo "springer" como nas mais antigas motocicletas marcam o estilo Zero criado por Shinya.
Em 2006, Shinya deixou de lado a Zero Eng. e partiu para um estúdio só seu em Azusa/Califórnia, que recebeu o nome de Chabott (com dois T's, para reforçar e marcar sua fantasia inicial) Engeneering onde ele investiu toda sua experiência não só na construção de motocicletas, mas também em outras obras artísticas baseadas em peças e refugos de construção destas motos. E sai cada coisa bacana...
Este novo estúdio marcou uma nova fase na forma de Shinya ver sua profissão. Não bastava apenas moldar ferro e aço construindo uma motocicleta diferente, era preciso que elas expressassem completamente sua filosofia de vida, valores e caráter. Coisas simples, mas que fazem o mundo girar diferente.
"Uma motocicleta não está completa até que uma pessoa a pilote", diz Shinya em um vídeo produzido pela RSA Films, dirigido por Henrik Hansen e que foi um dos cinco nomeados para Vimeo Awards de 2010.
Melhor do que eu, o vídeo passa uma noção melhor da simplicidade de Shinya Kimura.
Juntamente com seus amigos construtores Jesse James, Ian Barry e Billy Lane, Shinya foi um dos primeiros construtores a receber convite para participar do Legend Of The Motorcycle - Concours d'Elegance, o que confirmou-o definitivamente como um dos mais inventivos e diferenciados construtores de motocicletas.
O estilo Zero vem crescendo bastante com a ascensão dos hot rods, rat rods, pin ups... que vem trazendo à tona toda aquela sub-cultura marginalizada nos anos '50 e '60, mas com comportamentos e tendências diferenciadas, adequadas ao novo estilo de vida. É como se fosse uma volta às raízes.
"Lembra-te de quem és, não daquilo que possui, pois teu caráter e dignidade são moldáveis. Tua alma, não". Basicamente, dentro das pesquisas que fiz, foi nisso que consegui resumir todo o estilo Zero. O simples e básico, mas com uma boa dose de essência.
Enquanto alguns construtores/fabricantes/montadores crêem que a alta tecnologia e emprego de novas tendências é o que vai mover o futuro, Shinya Kimura mostrou sem a menor pretensão que os velhos valores, a dignidade e a tradição é que compõem um verdadeiro samurai.
Grande abraço a todos
Não vou pedir que vocês conheçam Shinya Kimura. Até a pouco, eu mesmo nunca tinha sequer ouvido falar neste nome. Após uma boa pesquisa e tentar decifrar algumas coisas em japonês (é mamíferos, acham que redigir blog é moleza?), creio que consegui reunir algumas coisas bacanas sobre este mestre-artesão.
Shinya Kimura começou em 1992 a desenvolver sua arte nas motocicletas em que punha a mão em sua oficina de nome Chabo (Galo Garnizé), ainda no Japão. Um ano mais tarde nascia alí o Zero Style (estilo zero), onde todo e qualquer acessório além do básico é dispensável. Em 1993 a Chabo mudaria de nome para Zero Engeneering para atender melhor o mercado e seus clientes, uma vez que este estilo dominaria boa parte de sua história. Não existe uma motocicleta que ele não consiga transformar, mas as clássicas são notavelmente suas preferidas. MV Augusta, Harleys, Indians... todas fazem parte do coração de Shinya, mas são as Harleys que brilham aos olhos, isto é inegável.
Seria simples colocar em algumas palavras que o cara é um verdadeiro escultor de motocicletas, mas seria injusto. A verdade é que a dedicação, suor e trabalho de Shinya vão além daquilo que é visto em meras motocicletas personalizadas sob encomenda. Pelo pouco que consegui entender, seu fascínio vai muito além do lucro mercantilista/capitalista que tem girado o mundo ao longo dos anos, apesar de ter aberto em Las Vegas/Nevada uma filial da Zero Engeneering em 2002.
"Para mim, uma motocicleta é mais do que arte. É algo que meche com meus instintos de selvageria e vulnerabilidade em mim", diz ele. Moldando aço, plástico e borracha para que tomem as formas perfeitas, ele se empenha em cada trabalho como se fosse o último, tornando-o único, simples e objetivo. Seus traços simples e fluidos transformam materiais brutos em verdadeiras obras dignas de um artista. O quadro tipo "pescoço de cisne" e o garfo do tipo "springer" como nas mais antigas motocicletas marcam o estilo Zero criado por Shinya.
Em 2006, Shinya deixou de lado a Zero Eng. e partiu para um estúdio só seu em Azusa/Califórnia, que recebeu o nome de Chabott (com dois T's, para reforçar e marcar sua fantasia inicial) Engeneering onde ele investiu toda sua experiência não só na construção de motocicletas, mas também em outras obras artísticas baseadas em peças e refugos de construção destas motos. E sai cada coisa bacana...
Este novo estúdio marcou uma nova fase na forma de Shinya ver sua profissão. Não bastava apenas moldar ferro e aço construindo uma motocicleta diferente, era preciso que elas expressassem completamente sua filosofia de vida, valores e caráter. Coisas simples, mas que fazem o mundo girar diferente.
"Uma motocicleta não está completa até que uma pessoa a pilote", diz Shinya em um vídeo produzido pela RSA Films, dirigido por Henrik Hansen e que foi um dos cinco nomeados para Vimeo Awards de 2010.
Melhor do que eu, o vídeo passa uma noção melhor da simplicidade de Shinya Kimura.
Juntamente com seus amigos construtores Jesse James, Ian Barry e Billy Lane, Shinya foi um dos primeiros construtores a receber convite para participar do Legend Of The Motorcycle - Concours d'Elegance, o que confirmou-o definitivamente como um dos mais inventivos e diferenciados construtores de motocicletas.
O estilo Zero vem crescendo bastante com a ascensão dos hot rods, rat rods, pin ups... que vem trazendo à tona toda aquela sub-cultura marginalizada nos anos '50 e '60, mas com comportamentos e tendências diferenciadas, adequadas ao novo estilo de vida. É como se fosse uma volta às raízes.
"Lembra-te de quem és, não daquilo que possui, pois teu caráter e dignidade são moldáveis. Tua alma, não". Basicamente, dentro das pesquisas que fiz, foi nisso que consegui resumir todo o estilo Zero. O simples e básico, mas com uma boa dose de essência.
Enquanto alguns construtores/fabricantes/montadores crêem que a alta tecnologia e emprego de novas tendências é o que vai mover o futuro, Shinya Kimura mostrou sem a menor pretensão que os velhos valores, a dignidade e a tradição é que compõem um verdadeiro samurai.
Grande abraço a todos
Realmente inusitado. E a arte de Colin Chapman inbutido no mundo das 2 rodas, com um toque de instintividade nipônica.
ResponderExcluirO cara realmente é um artista, mas sinceramente, não curti as motos. Freak Motorcycles
ResponderExcluirToda a filosofia de Vida esta sintetizada nessa frase. "Lembra-te de quem és, não daquilo que possui, pois teu caráter e dignidade são moldáveis. Tua alma, não."
ResponderExcluir-imaginando como fazer um carro assim-
ResponderExcluirMenos é mais.
ResponderExcluirQuanto mais as fabricas despejam produtos prontos, mais cresce a vontade de uma coisa unica.
bah, com o bx euro eu tenho buscado a essencia das coisas, eh exatamente o que Shinya. e mesmo sem terminar o primeiro projeto, estou muito interessado nas motos. especificamente uma cafe racing. quando tiver um tempo da uma espiada.abrass
ResponderExcluirhttp://www.pipeburn.com/
...este mestre já foi reportagem do American Thunder (Canal Speedy) e é respeitadissimo pelos construtores nos EUA...Cesar
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