::Fiat Uno 1.6R Amarelo Tropical

Que o universo conspira ao nosso favor isso é inegável (apesar de em alguns momentos parecer que não). Com pouca ou nenhuma inspiração para escrever esta postagem, encontrei em um filme o “gancho” que precisava. Justifico a falta de inspiração com o belo texto que o amigo Otávio Lima me enviou quando pedi uma breve explanação sobre como foi o tempo que passou com o carro. Minhas palavras seriam injustas, caso tentasse algo, pois até lance para ficar com este carro (que era de um amigo meu) eu dei, mas ainda não era minha hora...



“Tudo começou no mês de Julho de 2009 (época da crise econômica), quando resolvi vender o veículo que tinha, um Mille EP 95/96 2P Azul Caribe. “O “EP” era um carro muito bom e investi pesado nele para minha satisfação (1º carro que tive), pintura completa, xenon nos neblinas, troca do estofamento, som no porta malas e etc. Só que mesmo com tanto investimento, sentia que faltava algo no carro, sentia que lhe faltava esportividade e um motor mais possante.

Então resolvi vendê-lo para comprar um modelo esportivo Fiat, onde optava por um Uno Turbo ou 1.6R. Pesquisando pelo carro em Belo Horizonte e Contagem/MG, onde moro, não encontrava um espécime em boas condições pelo preço oferecido. Veículo é super valorizado aqui na região.




Daí conversando com o amigo Fábio Rodrigues (Bola) sobre minha intenção de comprar um destes dois modelos, ele comentou comigo sobre o carro do André Luiz, de Brasília, irmão do João Paulo do Fiat Uno Turbo Carbon Exploit, que estava anunciado no fórum do Uno Club. Resolvi conversar com o vendedor para saber mais sobre o carro, ver fotos... Quando vi as primeiras fotos o carro me chamou muita atenção, tanto pela cor como também por tamanha a conservação tratando-se de um carro com mais de 20 anos de uso.

Não teve outra, conversei com ele por e-mail e assim que vendi o EP fechamos negócio sem sequer ter visto o carro pessoalmente. Quando foi no dia 18 de dezembro de 2010, fui até Brasília/DF junto com o Bola para buscar então o novo carro. Foi uma viagem incrível, fomos muito bem recepcionados pelo André e sua família.

Voltando de Brasília para Contagem, foi o ponto em que coloquei o carro para teste, onde fiquei espantado por tamanho o potencial desenvolvido. Andava muito bem, tinha ótima estabilidade principalmente em curvas e na estrada foi bastante econômico. Chegando em casa, já fui direto para o último encontro do UC de 2009 na Praça do Papa em BH, apresentar aos amigos a novidade que também era surpresa. Tinha contado que comprei uma moto e tinha comprado mesmo (na troca da venda do uno), só que em 2 horas eu a vendi pois queria de todo jeito o 1.6R. Todos elogiaram o carro e ficaram espantados pela façanha.





Na semana seguinte a primeira coisa que fiz foi rebaixar o carro, ficando com o pneu rente ao pára-lamas e transferi-o para meu nome. (Aqui coloco uma nota: o apelido do proprietário é "Gargenal", talvez pelo gosto por carros rebaixados ou pelo tamanho/quantidade das fotos que ele me mandou... PQP, Gardenal!!!) Para o rebaixamento, troquei os amortecedores de rosca que vieram, por amortecedores preparados na dianteira e as molas foram cortadas. Na traseira, foram colocados parafusos de longo comprimento nos leques para que ficasse baixo, o feixe de molas foi salvo da prensa (não gosto de fazer isso), mas volta e meia escutava o parafuso riscando o chão de uma rua ou avenida. Era o sinal para saber que estava baixo.

Como havia rebaixado, regularizei no CRLV para não ter problemas com fiscalizações e a altura ficou em 53 cm do solo. Também regularizei as lâmpadas super brancas, pois iria colocar xenon (não fiz) e queria ter sossego para andar. A pior coisa é fazer algo pelas metades, se já gastei R$ baixando, mais um pouco que gastar para regularizar não iria me matar.




Passadas todas as festividades de natal e ano novo, logo levei o carro para fazer uma revisão em Jan/2010, onde não tive que fazer muita coisa pois o ex-dono era bem cuidadoso. Troquei apenas óleos, filtros, rolamentos de roda, balanceamento e alinhamento, coxins do motor, instalei protetor do cárter pois o carro estava a três dedos do chão e logo este ficou com o formato moldado na caixa de tanto que quicava.

Instalei também um par novinho de faróis de milha originais Cibiè Serra II, ai que a iluminação ficou animal! Troquei os tapetes por um jogo da Borcol. Fui à casa do amigo Diguim onde estavam presentes também o Bola, Brenner e Morell. Fizemos uma ação de graxa para polir o carro todo. Com a turma animada, polimos na mão usando estopa e algodão. O dia foi bem legal e eles ainda personalizaram meu carro para arrancada com o projeto de uma turbina.




O carro era só alegria, por onde passava, chamava atenção pela beleza e pela altura que estava. Quando precisava, bastava pisar um pouco mais no acelerador e logo ele respondia. Tinha uma ótima resposta em aceleração, boas retomadas ainda mais com a modificação que foi feita pelo ex-dono: a caixa de marchas era do Palio 1.6, o carro esticava muito e os engates justos e curtos.

Em Fevereiro, instalei um rádio mp3 Pioneer e novos auto-falantes nos espaços originais.

Chegando Março/10, revisei o carburador para ter melhor desempenho e fiz uma preventiva no motor sendo: Troca dos retentores e selos apesar de só um estar vazando, tampa do distribuidor, rotor, cabos, velas, correia dentada e esticador.





No mês de Abril coloquei um novo alarme (Positron Fittipaldi), com módulo de levantamento de vidros por sistema de um toque (one toutch), aí ficou uma maravilha: Destrancava o carro e segurava a função auxiliar e os vidros desciam... Eita!

O volante que veio nele era original do Uno Turbo, apesar de ser esportivo e maravilhoso, infelizmente não era o original e isso me incomodava muito. Daí no mês de junho, pelo fórum do UC eu comprei o original do carro com o usuário Marcel Valim. Fazia de tudo para mantê-lo em boas condições, queria ter o 1.6R mais impecável. É difícil de ver uma versão destas em bom estão de conservação. Só cedi na suspensão que eu modificava rebaixando e a caixa de marchas que, financeiramente, não compensava colocar a original. Se a que estava nele fosse necessário substituir por alguma falha, ai sim voltaria a original.



Aproveitei minhas férias de junho e mandei o carro para fazer polimento e espelhamento, aí que ficou bonito.

Neste mesmo mês, como a lei de Murphy me acompanha sempre e todo carro tem o costume de fazer, foi a única vez que fiquei na mão com o R. Estava indo para o Show do Skank no Mineirão, que era despedida por causa da reforma para a copa e gravação do DVD ao Vivo. Fui passar de marcha e o pedal não voltou. Conferi cabo e tudo, mas não teve jeito. Situação: Fui para a oficina de um amigo que me socorreu passando marcha no tempo e fiquei a ver navios naquele dia. No dia seguinte, (domingo) tiramos a caixa e o carro havia quebrado o colar da embreagem mas disco, platô e volante estavam intactos, como novos. Compramos a peça nova e no mesmo dia finalizamos o serviço.






Em outubro os pneus dianteiros precisavam ser substituídos (a anta aqui deixou desgastar irregularmente), daí fiz uma cotação de 2 Pirelli Cinturato P4 para colocar e manter os 4 com mesmo modelo, o que saia em R$ 440,00. Achei caro por ser Pirelli. Fui ao representante Michelin (pneu que era meu sonho de ter em um carro) e pedi para cotar quatro pneus. O preço da brincadeira ficou em R$ 760,00. Daí falei que era à vista, ele fechou em R$ 720,00, mas chorei por R$ 700,00 e não acreditando que ia levar, ele falou que sim. Só tirei o cartão e mandei debitar. Ô facada! Mas valeu muito a pena. Quanta satisfação! Comprei um jogo de Michelin Energy XM1 com medidas 165/70 R13. Pneu excelente!!!

Aproveitei e mandei reformar as rodas que estavam precisando de uma pintura por causa das calotas descascadas. Feito o serviço e instalação dos pneus, fiz uma revisão da suspensão, afinal o carro é rebaixado o que exige a suspensão em dobro e não agüento rangidos. Troquei as buchas do leque, reparo do feixe de molas, buchas dianteiras e lubrificação geral. Quanto conforto e silêncio! Felicidade total.

Chegando final de ano, levei para fazer uma revisão e nada a ser feito. Troquei apenas óleo do motor, filtros, silencioso intermediário e uma trava elétrica. Virei o ano novo (2011) com o carro bacana! Eu resolvi vender o carro em Dezembro, não sei nem por que e para quê!? O carro não me dava dor de cabeça e não tinha nada para ser feito. Tinha planos de pintar e trocar o estofamento, mantendo a originalidade, tinha alguns detalhes no capô e diferença de cor do teto. Só isso que precisava ser feito para ficar como saiu de fábrica.





De vez em quando me dá essas doideiras na cabeça. Ai dia 27/01/2011 ele foi embora, um rapaz chamado Sérgio daqui de Nova Lima/MG olhou o carro em 15 minutos e fechou negócio comigo. Convidei-o para o Uno Clube. Fiquei triste, pois o amigo Rafhael “Black” queria comprá-lo. Agora estou em busca de outro Fiat para comprar, talvez um uno, ainda não sei o que quero, mas quero um carro com ar-condicionado.

Ficar com este carro foi muito legal, não tem descrição. Posso dizer que ele é bem chamativo, anda muito bem. Muita gente quando me via na estrada, andando na manha olhava o carro e devia estar pensando “Ah, é só mais um Uninho cheio de enfeites” leigos que são eles. Mal sabem da capacidade deste carro ou sequer tem idéia que se trata de um esportivo. Bastava eu afundar o pé no acelerador e ele saia igual um foguete, passando todos e deixando muitos de queixo aberto pensando: - “O que aquele Uno tem???” O carro é fortinho.





Não me esqueço deste caso. Uma vez em que uma moça do meu serviço foi andar de carona comigo, ai ela ficou olhando toda contorcida pro carro antes de entrar, vai saber o que pensava. Quando ela colocou o cinto de segurança, me disse:
- Ah Otávio, que coisa esquisita é essa?! Cinto vermelho? Não foi você que colocou não, né?
Coitadinha, não sabia que era original e não acreditou em mim. Tive que contar a história do R, do UT e dos Sporting que a FIAT produz atualmente para ela entender. Até foto mostrei para comprovar as verdades. Depois ela apelidou o carro de soca-soca pois quicava muito.

Apenas um dos tantos apelidos que o carro teve: Bob-Esponja, Ovo, Omelete, Soca-soca, Pikachu, Marelão, Cremogema, Yellow e por aí vai...





As fases mais marcantes foram à viagem de volta de Brasília para BH, depois teve a ida para Marataízes/ES no carnaval de Fev/2010, com o carro rebaixado, viagem inesquecível. Um passeio em Ouro Preto/MG com amigos da faculdade em Abr/10, visita ao Inhotim (museu de arte) Set/10, uma ida a Barbacena Nov/10 (cortei na alta, na chuva e neblina, carro com ótimo comportamento, os pneus têm ótima aderência), outro passeio em Mariana e Ouro Preto Jan/11, este foi o último. Sem contar as tantas idas ao sítio em Brumadinho/MG.

Teve uma vez que reuni a galera lá para um churrasco, e na volta eu fui puxando a fila, éramos 5 carros, o R era o mais baixo. Tinham vários quebra molas e eu atravessava o carro na contra mão para passar o quebra molas e via pelo retrovisor todo mundo atrás fazendo o mesmo.

Não me esqueço também dos encontros de carros rebaixados que marquei presença com o pessoal do Piso Baixo. Muitos participantes duvidavam que o carro andasse nas fixas pela altura que estava.

Sentirei saudades deste carro, marcou uma grande fase na minha vida e terei muitas histórias para contar sobre esse período.”


AGORA ME DIGAM: Teria eu a capacidade de escrever alguma história mais bacana de dedicação, amor e empenho na manutenção, conservação e personalização deste modelo? Ah, vá. Até teria como bolar algo legal, mas não daria tanto "pano pra manga" e não elucidaria metade da história.

Saudades. Esse é o principal sentimento que este Fiat Uno 1.6R deixou. Certamente todos temos ou teremos uma história de amor com veículos. Otávio viveu a sua e guardou na memória todos os bons momentos.

É como diz o ditado: “O que se leva dessa vida é a vida que se leva!”

Abraços!

13 Acelera!!!:

  1. Show de Bola o texto, run4fun
    mas faça um correção:
    "Quando foi no dia 18 de dezembro de 2011, fui até Brasília/DF junto com o Bola para buscar então o novo carro."

    ResponderExcluir
  2. É o que sempre digo: não é o carro que você tem. Mas as histórias que você tem pra contar com ele...
    Espetacular!

    ResponderExcluir
  3. Seria muito difícil atingir o nível de expressividade, detalhismo e sinceridade das palavras do Otávio. Excelente texto!!!

    Só não entendi porque ele não ficou com o carro...

    Assino em baixo as palavras do Palanque. Meu velho Jeep'65 que o diga.

    ResponderExcluir
  4. @KzR sabe aquel negócio chamado "fogo no rabo"? Pois é, o Otávio tem isso. Não aguenta muito tempo com um carro e precisa trocar constantemente. Agora tá atrás de um Fiat com ar-condicionado.

    ResponderExcluir
  5. Rafael, eu sei que não é você que fotografa e tal, mas cara, eu sinto tanta falta de fotos do interior dos carros! Acho que um ensaio não fica completo sem mostrar o "abrigo" do motorista. Fora isso, uno foda, fotos fodas! Parabens (e boa sorte na seleção do Jalop)

    ResponderExcluir
  6. HEY Otavio, eu tenho um 1.6r MPI original com ar condiconado ( =D ) que só ta faltando pintar, mais pro seu gosto vai achar jipe.

    http://initialdbrasil.forumeiro.com/t255p15-deph-16r-mpi

    Entendo seu amor cara o carrinho é foda mesmo, meu sonho é comprar uma carro maior pra familia e botar esse ai '' na carretinha '' pra encontros e provas de track day.

    ResponderExcluir
  7. Fala pessoal! Beleza?

    Fun, quero mais uma vez lhe agradecer pelo espaço cedido na publicação desta matéria. Desculpa o exagero das fotos, mas preferi deixar que você escolhesse as melhores. :P

    O Gadernal, foi o "Bola" quem colocou. Fomos doar sangue no Hemonias e não pude, por estar tomando Codaten, remédio controlado para tratamento da coluna (tinha travado em um acidente de carro). Aí na hora ele ja lançou o apelido. Esse carro marcou uma grande história!! Na hora em que terminei de ler o texto com os seus comentários, os zóio encheram d'água. hehehe

    Valeu pelo apoio!

    Ainda não decidi no carro, mas ta entre Uno ou Palio, afinal sou fiteiro...

    Abraço.

    ResponderExcluir
  8. Bela história!! Otávio, valeu por ter me citado no texto, vc viu como tava louco pra comprar o carro mas infelizmente não deu... Deixa pra próxima!!

    Mas quando o atual dono quiser vender me diz logo hein hehehehe!!

    Abraço a todos!

    ResponderExcluir
  9. Já tive um tempra turbo e sei que os esportivos da fiat são demais, hj ando de vw tive depois do tempra um voyage aspiradinho e um Golf GTI 95 ambos carros maravilhosos. O tempra era muito forte pena que o antigo proprietario era porco e usava oleo do doce no motor o que me custou a venda do carro esportivo de fábrica sçao maravilhosos são bem acertado o motor é feito especialmente para akilo, vc naum foi do zé da esquina e mandou ele dar um "Talento" pro motor ficar do jeito ele vem assim de fábrica, muito bonita a sua história e que vc consiga outro do mesmo nivel, parabéns

    ResponderExcluir
  10. Tenho um igual. Acabei de colocar um carburador original Werber na caixa. Agora não vendo nem por cinquenta mil.A minha única dificuldade é achar os amortecedores
    turbo gás para a linha R ano 91.

    ResponderExcluir
  11. irmao , tive um identico !! ate os pneus p4 cinturato e a altura era bem parecida , mas eu acho q o seu estava mais baixo!!! eu vi vc uma vez com ele , achoq foi na joao cezar ,perto do big shopping e eu achei q era o meu por tamanha semelhança e so tirei a duvida na hora q vi a placa !!! tenho saudades do meu e um arrependimento enorme de ter vendido. seu carro era maravilhoso e asua historia digna de livro !!! parabens e tomara q possamos ter outro r em nossas vidas!!!!

    ResponderExcluir
  12. realmente é uma beleza de carro pois eu tenho um uno igual so muda as rodas abraços

    ResponderExcluir
  13. camarada se quiser comprar outra raridade, me manda um email..... uno turbo preto 94/95 completo.....unico dono.....anota meu email......huguedes@yahoo.com.br
    belo horizonte.... Abraços.s.s.

    ResponderExcluir