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:: Automobilismo, hobby e o domingo da Copa Petrobras de Marcas @ Brasília/DF::

O dia amanheceu com um belo sol e boa umidade relativa do ar. Para quem é de Brasília, sabe que ter isso, nesta época do ano é algo como beber água gelada no deserto, literalmente.

Consegui a credencial após praticamente implorar para cobrir a etapa de Brasília da Copa Petrobras de Marcas. Como vários aqui sabem, não sou fotógrafo e não vendo fotos como free lancer, restando-me apenas a opção de oferecer as fotos das etapas que cubro por aqui para livre apreciação (como tem ocorrido) e para as revistas as quais envio textos aleatoriamente, na esperança de que topem divulga-las.

Lentes limpas, equipamento revisado e em ordem, credenciais na mochila e era hora de sair para a pista. No sábado tudo correu bem e por onde quer que eu fosse, haviam seguranças e fiscais de pista orientando onde os fotógrafos poderiam ir e onde não poderiam, apesar de já termos recebido o mapa com o "red zone" o qual foi bastante respeitado por todos. No domingo não foi diferente e EU não pisei 1 cm além daqueles locais os quais havia ido no sábado, afinal, nossa vida vale mais do que qualquer clique!

Cheguei ao Autódromo Internacional Nelson Piquet em Brasília/DF cerca de 20 minutos antes da primeira bateria e nem passei na sala de imprensa ou passeei pelos boxes. Saquei a câmera, vesti o colete de pista, pedi licença aos fiscais de pista e esperei a largada. Pedi para atravessar a pista, mas dada a eminente largada fui proibido. Desci a pista de saída dos boxes COM AUTORIZAÇÃO dos fiscais e aguardei.

Logo após a largada lançada, a galera dos Toyotas resolveu brincar de escoltar um drift logo na primeira curva. A brincadeira isolou dois dos carros da marca na frente do pelotão, mas não isentou os competidores que vinham logo atrás e não entenderam o porque de tanto carro junto. Resultado? Mitsubishi Lancer com a frente destruída foi direto para os boxes e o Chevrolet Cruze perdeu um pedaço do para-choque:






















Após alguns minutos percebi que poderia estar atrapalhando alguns fotógrafos que estavam numa posição contrária a minha, afinal, eles estavam me atrapalhando e isso deveria ser recíproco. Saí da curva 1 e subi para captar a curva que antecede a chegada na reta dos boxes, SEMPRE POR DETRÁS DO GUARD RAIL (em algumas das fotos é possível ver as barreiras e a distância que eu estava da pista). Foi possível fazer bons cliques e ao mesmo tempo acompanhar a movimentação do público que passou a chegar em maior número (apesar de não lotar a arquibancada).

Então a corrida aconteceu sem maiores percauços:


































E o pódio da primeira bateria foi composto da seguinte forma:
1° lugar - Denis Navarro - Toyota Corolla XRS
2° lugar - Vitor Meira - Ford Focus
3° lugar - Valdeno Brito - Ford Focus





Teve gente que precisou voltar a pé para os boxes:

Nos boxes, a galera corria pra arrumar os carros para a segunda bateria do dia:







Enquanto outros aproveitavam para descansar e apreciar os carros expostos:



Daí o diretor de imprensa me chamou e pediu o colete de volta, alegando que a minha posição na pista não havia sido autorizada e que eu não respeitara a red zone. MENTIRA! Em todos os meus acessos os fiscais de pista autorizaram e em momento algum eu ultrapassei a barreira imaginária imposta por eles. Se era distância do guard rail que eles queriam eu tive! Até tentei mostrar as fotos de onde eu estava, mas não adiantou nada. Arranquei o colete e devolvi. Agora meu acesso era somente nos boxes e eu não poderia mais acessar a pista. Por sorte, a pista de Brasília possui ótimos pontos de visão e apesar de não acessar mais a pista, fui atrás de novos locais para fotografar a segunda bateria.

Então veio a segunda prova do dia:





































E após uma "juntada" do Pace Car, praticamente uma nova largada acontece e com ela o embaralhamento junto à curva e alguns empurrões:









Depois disso foi só esfriar os ânimos e terminar a corrida:




A segunda bateria terminou assim:
1° Vicente Orige - Honda Civic
2° Vitor Meira - Ford Focus
3° Ricardo Mauricio - Honda Civic

E com o término da prova, era hora de ir embora para casa:

Mas não sem antes dar uma espiada na F3 Sulamericana (com seu grid ridículo de sete carros, não por falta de vontade dos participantes, mas pela incompetência organizacional) com direito a uma "voadora" do piloto paulista Raphael Raucci no quebra-molas que foi instalado por algum imbecil rico e completamente desligado do automobilismo, mas que certamente deve lavar seus milhões de reais no Autoduto da capital federal:








A ótima (porém esquecida) categoria Regional de Marcas e Pilotos também teve seu grid formado por alguns bravos e persistentes pilotos logo após todo o circo ter se apresentado. Particularmente achei uma puta falta de respeito com os pilotos da modalidade todo o esquema de som e vídeo da promotora ser desmontado antes mesmo do meio da corrida dos caras. Infelizmente não pude ficar para a cobertura da prova pois tinha um compromisso familiar, mas as fotos poderão ser conferidas na fan page do amigo Ricardo Porto Fotografia.





Acontece que a prova foi bem interessante. A assessoria não muito e eu tenho sérias restrições em relações a esta categoria, agora ainda mais. Não estou querendo acesso gratuito aos boxes, mordomias ou regalias para provas que regularmente cubro, seja fotografando ou redigindo, na pista de Brasília. O que incomoda é o descaso com o qual somos (falo não só por mim, mas por outros colegas que sofrem o mesmo boicote em relação as credenciais) tratados.

O beneficiamento aos fotógrafos fixos da copa é nítido, mas há quem queira algo além de tirar uma foto para a revista de circulação interna. Há quem queira mais do que um simples registro ou uma entrada gratuita ao evento. Há quem queira mais do que expor uma foto sua numa revista.

Fotografar sob um sol de quase 40°C, passar noites e noites editando fotos, links, códigos e páginas para que tudo dê certo, chamar o público para comparecer ao evento através das mídias sociais, sites, blogs... tudo isso poderia ser encarado como trabalho, pois é o que é, mas ainda assim, muitos de nós ainda acreditam que o automobilismo nacional ainda tem salvação. Muitos de nós perdem tempo, saúde, noites e $$$ cobrindo eventos automotivos para tentar resgatar a áurea perdida dos tempos quem que ir ao autódromo era mais do que assistir uma categoria camuflada, em um local sem estrutura e sem preparação para receber competidores que buscam melhorar seus carros em busca de tempos que podem lhes custar mais do que dinheiro. Existem muitos que ainda acreditam que a paixão é que vai salvar o que resta de credibilidade no automobilismo nacional.

Existem pessoas que ainda acreditam que o automobilismo nacional tem cura e que estão dispostas a ajudar na reestruturação deste esporte que hoje sofre com um câncer quase que incurável baseado na ganância e falta de respeito pelo competidor, mas que não perdem as esperanças em fazer um carro mais competitivo, em fotografar e divulgar o evento da melhor maneira possível, em organizar um churrasco na arquibancada para curtir o domingo em família...

Há quem queira a real valorização do risco que pilotos correm em autódromos mal preparados/reparados, o direito de poder espalhar e perpetuar para as gerações que estão por vir o prazer de assistir uma corrida de verdade ao lado de seus pais, filhos e amigos, comemorando por um piloto tão esforçado e dedicado quanto aquele que morreu como um mártir das pistas e deixou saudades.

Ainda há esperança e eu como fotografo, redator, filho, pai, espectador e apaixonado pelo esporte peço é algo simples: RESPEITO!

Um comentário:

  1. Sou jornalista e sei bem como a Vicar trata todos...
    Tenho textos publicados comprovadamente em publicações como a Racing, além de escrever para jornais e sites de circulação nacional e tive credencial NEGADA ano passado, depois disso, faço questão de nem chegar perto de eventos Vicar.

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