Quando a ví pela primeira vez, meus olhos por muito pouco não sangraram. Ela não me deu bola e fingiu estar alheia a tudo o que se passava ao seu redor. É foda quando ela sabe que é o centro das atenções e todos a olham. Ela sabe que chama atenção e isso parece aumentar ainda mais sua libido. A mim? Só restou admirar seu corpo magistral, devidamente torneado e olhar enebriante.
Nosso primeiro encontro foi fugaz e meramente profissional, mas confesso que fiquei por vários dias pensando em nosso próximo encontro. Eu pedia que fosse logo e que pudessemos ficar mais íntimos. Ela é mais madura, ciente do que deseja, experiente e vivida do que eu. Eu não passo de um moleque na puberdade diante daqueles olhos firmes e penetrantes. Encará-la é um desafio e um tesão inenarrável.
Gosto de mulheres mais velhas, mas estou acostumado a tratar com putas que perdem seus sapatos nas madrugadas e desta vez tinha uma verdadeira dama diante de mim. Eu precisava respeitá-la e me comportar. Como fui respeitosamente profissional em nosso primeiro contato, o que talvez tenha ajudado a abrir as portas para um segundo encontro, este talvez fosse mais descontraído.
Em nosso segundo encontro, pensei em ficar mais relaxado e isso funcionou... até ela aparecer. No meu castelo de faz-de-contas eu era rei, mas ela chegou para devassar meus pilares e eu estremeci.
- Pega a chave. Leva ela para uma volta. Vocês dois estão querendo isso desde a última vez!
- Cara, melhor não.
- Vai logo. Ela também quer!
Ligo a chave e logo o motor Nord DOHC de 4 cilindros e 2.000 cm³, com 132 cv acorda sem titubear. Levemente solto a embreagem para evitar que apague. Saio lentamente, tratando-a como a dama que ela demonstra ser. Ela sabe que não sou assim, pois o amigo Bruno Angrisano parece que já havia comentado sobre meus trejeitos, mas ela é carinhosa comigo e trata-me como um cavalheiro. Moça de boa família não poderia destratar nem o mais plebeu dos plebeus.
Ouço o sibilar de sua respiração levemente instigativa. Ela tenta respirar mais forte, mas eu sei que não devo abusar, afinal, eu estava me passando por um cavalheiro! As duas Weber DCOE de 45 deitadas sobre a caixa de roda não estão utilizando nem 20% de sua capacidade e isso a sufocava. O ar admitido pelos filtros de ar K&N praticamente não tinham trabalho. O comando de especificação européia gosta mais de giros médios e eu estava poupando-o erroneamente.
Confesso aos amigos que tive medo. Ela é linda, possui jóias que deixariam outras mulheres com inveja (uma gargantilha cromada com um pingente preto, apenas para quem tem mais de 30 anos), mas era como se ouvisse sua voz impositora: ACELERE!
E eu acelerei. Era um espaço muito curto e com alguns carros em volta, mas foi delicioso poder ouvir o mundo parar para escutar seus gritos. Ela pode ser uma dama, mas não grita como uma, afinal, damas não gritam e ela gostou. Piso nos freios sem muita vontade pois as pastilhas novas da EBC Green seguram firme os discos ATE nas quatro rodas. Passo a guiá-la vagarosamente para reconhecer seus outros dotes e deliciar-me com seus detalhes. O volante de alumínio com alma de madeira escorrega por dentre meus dedos a cada manobra e o couro de seus bancos me acolhe deliciosamente. Um olhar mais atento me deixa novamente surpreso com o capricho com que ela foi moldada: Os suportes dos encostos de cabeça são de madeira! Este material se estende por todo o painel e console e a única concessão moderna ao clássico interior é o rádio AutoSound modelo USA-4DIN que remete aos modelos clássicos, mas conta com reprodução de MP3 por meio de cartão de memória e toca ainda AM/FM sem destoar ou destacar-se.
Andei pouco com ela, mas o pouco que fez apaixonar. Tenho o sério defeito de me apaixonar facilmente, mas espero que este oração não me atente por toda a vista. Como já disse, gosto de putas. Elas não requerem tantos mimos e, apesar de seus defeitos, também dão algum prazer. Mas confesso que me apaixonei por essa Alfa Romeo Giulia GTV... e que dama.
Muito bom. Gostei de todo conteudo.
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