::Amizade, confiança, sonho, Flat4, persistência e muito suor::

Sim, este é mais um daqueles posts de muito blá, blá, blá e algumas fotos. Se não tem paciência pra ler e só quer saber o que veio dessa vez pra Gorete, eis: Alavanca de câmbio Flat4 modelo Eliminator com pomo de madeira (pra combinar com o volante).

Ahhhh... contei o final do filme e o bagulho perdeu a graça, né?! Então imprima o post e vá ler no banheiro com mais tempo.

Aos que quiserem continuar lendo...



O que venho a escrever não vai se aplicar apenas a uma ou outra pessoa. Devo primeiramente redimir-me pelos posts reduzidos e inconstantes, mas minha meta de ano novo foi fazer este ano ser "O" ano e por isso listei boa parte dos ítens da minha lista no título do tópico.

Amizade:
Num outro blog (onde falo mais besteiras do que neste), há algum tempo atrás postei algo sobre amizade e, citando Vinicius de Moraes, apresentei algo que sempre leio para tentar compreender algumas coisas tolas e outras que precisam fazer completo sentido (sempre dá certo):

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências … A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer… Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente, os que só desconfiam – ou talvez nunca vão saber – que são meus amigos!

Eu ainda não encontrei melhor maneira de agradecer aos que me ajudam, apoiam, colaboram, incentivam, empurram, lixam, raspam, xingam, se machucam... no projeto deste Fusca. Sim, SEMPRE vai continuar sendo um Fusca.

Não é o carro que se apresenta, mas o sentido que ele representa. A história do Fusca sempre foi repleta de sangue, suor e lágrimas, mas estou começando a ficar perplexo com todo o apoio recebido nestes últimos tempos. Tá, tá... posso estar exagerando, mas acho que não estou sentindo isso sozinho. Explico mais tarde.

Até meu pai que estava completamente cético em relação ao projeto que desenvolvi e desencadeei ficou surpreso ao se deparar com toda aquela parafernália espalhada pela garagem. Escape, quadro, volante, rodas, freios... peças, peças, peças! E dentro da minha bagunça organizada, eu apenas contemplo e agradeço a Deus todos os dias por contar com tantas pessoas envolvidas pelo projeto.

Confiança
O que este Fusca já me fez perceber é que existem pessoas que ainda acreditam em pessoas! Eu mesmo não era assim. Confesso que não fazia compras ou qualquer tipo de negociação pela internet, mas me ví preso em um lugar onde eu tinha muito de nada e caras (sim, com C mesmo) coisas que eu queria.

Com o Diego de São Paulo, comprei pastilhas de freio. Com a Gamby Suspensões de Santa Catarina, comprei um quadro de suspensão encurtado. Do Plautos de Curitiba, ganhei um jogo de freios traseiros e um escape inox completo. Com o Bruno Zanca de São José dos Campos comprei um ODG RaceTach de 5". E agora, com o Felipe Sata de São Paulo eu acabo de adquiri um dos meus pequenos sonhos.

Nada disso foi pago a vista, em cheque ou mesmo cartão. Tudo negociado na base da confiança, depositando dinheiro na conta posteriormente à postagem, frete a acertar... sem falar dos presentes e favores. Minha dívida moral só aumenta a cada dia e a estes amigos, só tenho a agradecer.

Sonho
Eu faço meus sonhos, depois trabalho para realizá-los. Demora, dá vontade de desistir, cansa, enche o saco... mas é um sonho. Eu nunca sonhei com um Fusca, mas fui arrebatado por um e pelo sonho do meu pai em possuir um.

Logo nas primeiras semanas do meu novo-carro-velho na garagem, eu defini alguns ítens que seriam obrigatórios nele e aos poucos vou realizando-os. Um contagiros de 5" sob o painel (ou ao lado do retrovisor interno, ainda não decidi) e uma alavanca de câmbio Flat4 modelo Eliminator eram alguns deles.

Após postar uma foto do volante que estou restaurando, o Felipe veio conversar comigo e saber um pouco mais do projeto. Papo vai, papo vem, ele pergunta sobre a alavanca de câmbio. Falei o que queria e ele me vem com uma foto instigante. Preço, prazo e após uma negociação rápida, minha conta corrente já contava com um depósito programado e a expectativa da chegada de mais um sonho realizado:





Perfeita! Nunca usada, sem qualquer desgaste... perfeita. Veio na caixa original (que mais parece uma embalagem de brinquedo) e logo ao lado da alavanca, um saco plástico. Eu esperava que fossem parafusos para instalação...

Antes de postar a alavanca, Felipe me pergunta: "Fião, tava fuçando aqui nas minhas coisas e achei um velocimetro que marca até 220km/h com a grafia original dos bizorrão, manja?" Que filho da puta...

Eu já sabia do que se tratava e logo pedi preço e fotos. Na pior das hipóteses, eu iria usar como tortura sabendo que perdi a chance de comprar um ítem bacana. O preço não era proibitivo, mas eu precisava me conter nos custos. A próxima etapa será bastante de$pendio$a. Agradeci a oferta, mas colocar um velocímetro de 220km/h num carro que mal passará dos 100km/h por um bom tempo, não fazia sentido pra mim. Confesso que nessa hora, minha razão açoitava minhas lombrigas freneticamente para que a ordem se fizesse em minha mente. Controle re-estabelecido, disse "não" mais uma vez e agradeci.

Ao abrir o "saco de parafusos"...




O cara me mandou o velocímetro sem nada certo, sem compromisso, sem pagamento, sem porra nenhuma!!! "Mano, depois vc acerta. Não esquenta a cabeça! Tava aqui parado, não seria de serventia alguma. Fica ai e não esquenta a cabeça. É nóis, caralho!"

Homens e suas sinceras ignorâncias... hehehehe

Muitíssimo obrigado ao Felipe pela oportunidade, confiança e apoio na realização de mais um sonho neste projeto. Era a $$$ que eu estava preparando para arrumar minha câmera fotográfica que deu defeito, mas... que se foda! Minha meta pra 2012 é andar de Fusca. Vocês que sofram com minhas péssimas fotos de celular! hauhauahuahauhauhaua (risada malévola).

Persistência
O jeito vai ser esperar. Agora falta pouco pra ela ganhar as ruas. As mangas de eixo deslocadas já estão a caminho e vou precisar de dois pneus 195/40-17" ou 205/40-17" para a dianteira. Daí é só mandar para a oficina e sair de lá com ela rodando.

Daí volto com ela pro funileiro terminar alguns detalhes, acertar alguns erros, polir e assim partir para os detalhes finais de montagem.

Tem horas que dá vontade de desistir, mas são coisas como as que tem ocorrido que me mantém entusiasmado. Só tenho a agradecer a todos vocês.

Suor
Bom, trabalho não tem faltado no escritório e a coisa não parece estar ficando mais fácil. Trabalhado diariamente cerca de 14 horas, postar sempre ou manter o blog atualizado tem se tornado um desafio que prometi encarar. Além disso, tenho um compromisso com o Jalopnik, o qual pretendo cumprir enquanto eles me suportarem por lá.

Boa parte da $$$ está sendo consumida no projeto, mas o lance agora é deixar a casa em ordem (vem uma puuuuuuuuta reforma do lar esse ano), arrumar o Fusca e não enfiar o pé na jaca em compras. Vamos ver qual vou fuder primeiro.

Obrigado pela paciência de lerem até aqui.

Grande abraço a todos!